Falando sobre cafés especiais com Renato Falci

Falando sobre cafés especiais com Renato Falci

Continuamos com a nossa série de bate-papo com profissionais que são parceiros da PSIU Educação Corporativa.

O convidado hoje é Renato Falci.

Sobre o entrevistado

Renato Falci é graduado em Comunicação Social com especialização em Gestão de Projetos pela Fundação Dom Cabral. Em 2009, Renato fundou o CoffeeLook, escritório de gerenciamento de projetos especializado em branding e design focado no nicho de cafés especiais.

Agrega as suas experiências profissionais e o seu estilo de vida neste universo, aplicando conceitos de vanguarda e inovação no desenvolvimento de produtos e ações que valorizam a experiência de consumo.

Renato Falci é designer e artista plástico, e suas obras, sempre inspiradas pela cultura do café, já foram vistas em várias exposições pelo País.

Qual o grande desafio do mercado em relação aos cafés especiais?

Existem vários desafios.

Um deles é o cultural, tanto do produtor começar a investir em cafés especiais quanto do consumidor começar a consumir café de melhor qualidade.

Esse é um trabalho muito moroso e exige uma energia do mercado em conjunto porque precisa fomentar diversas ações para que se propague a cultura do café especial, tanto da questão do investimento do produtor em produzir um café de maior qualidade quanto do consumidor em entender que consumindo um café de melhor qualidade vai ter mais benefícios.

Ainda temos uma cultura muito forte de beber um café de menor qualidade e chegar às pessoas levando informação sobre o café de melhor qualidade e seus benefícios é um trabalho que leva tempo.

Ainda sobre o desafio, um fator muito importante é a sustentabilidade dentro do processo. Sustentabilidade social, ambiental e econômica.

A gente chama de terceira onda esse novo movimento, que procura valorizar todo o processo da cadeia, desde o cultivo até a experiência do consumo.

E todas essas etapas, desde o produtor que planta, até o varejo incluindo as cafeterias, ou até mesmo em casa, são defendidas pela terceira onda do café, valorizando todos no processo, e sempre pensando em manter a qualidade do grão para que chegue à xícara como um produto superior.

Poderíamos conversar sobre este tema o dia inteiro. Poderíamos sobre o incentivo ao produtor, sobre a economia e outras questões que interferem no mercado.

Qual a projeção do mercado de cafés especiais?

A tendência é que o mercado de cafés especiais cresça muito.

Eu faço muito benchmarking com o mercado do vinho, que já fez todo esse movimento de projeção. Eu entendo que cada vez mais as pessoas vão exigir um produto de melhor qualidade, um produto de origem conhecida, certificações e laudos.

O Brasil é o maior produtor de café do mundo (café arábica). Minas Gerais é o principal produtor do país, responsável por mais de 50% de toda a produção nacional.

O paladar não retrocede. Quando você começa a consumir um café melhor é muito difícil voltar a consumir um produto de menor qualidade. A mesma regra vale para outros produtos. Se eu começo a beber uma cerveja melhor, é muito improvável voltar a consumir uma cerveja de menor qualidade. Isso acontece com o vinho, com o queijo, azeite, entre outros produtos.

O mercado de gastronomia está bastante aquecido nesse aspecto, e isso é um fator positivo para essa projeção no segmento de cafés especiais.

Além disso tudo, tem a questão cultural. O país é historicamente um grande produtor e tem grande importância na produção do café no cenário mundial. Nós temos a cultura do cafezinho como um ritual diário. O café é a segunda bebida mais consumida do mundo.

Se nós somarmos todos esses fatores, a mudança de comportamento do consumidor e a busca do produtor em querer trabalhar com um produto de melhor qualidade, para comercializar seu café com mais retorno sustentável, eles favorecerão o crescimento do mercado.

A comunicação, a interação e o relacionamento entre o produtor com o cliente final, tem crescido e vem sendo observados com bons olhos pelos consumidores e pelo mercado, tendem a ser mais transparentes.

Como fazer marketing e comercializar para esse público?

Eu também vejo grandes desafios essa questão: precisamos educar e comunicar.

Nós não temos uma cultura de investimento em comunicação e marketing. Normalmente eles são vistos como custos. Mas, com o advento das mídias sociais é impossível não se atentar ao investimento em branding, marketing digital e gestão de mídias sociais, para que o produto possa ter mais visibilidade.

O produto tendo mais visibilidade aumenta potencialmente a comercialização desse produto, é claro.

Para desenvolver um trabalho significativo de branding, o produtor de café, a cafeteria e até mesmo outros players como assinaturas de cafés, enfim, todos os agentes do mercado precisam entender que marca não é só o logotipo. Não é só ter um Instagram com muitos seguidores. Marca vai muito além disso.

É muito importante que o empreendedor tenha um planejamento estratégico. Um propósito para começar a desenvolver sua marca.

Este posicionamento vale para um produtor que queira ter um café melhor, ou uma cafeteria que queira vender café especial, ou outros agentes do mercado como micro-torrefações, marketplaces e e-commerces, precisam entender que, em primeiro lugar, toda marca precisa ter um propósito pela sua existência.

Qual o propósito do seu negócio? O que é valor para você? O que você vende? Quais são os seus clientes? Onde você quer chegar? Qual a sua missão como empreendedor? Isso é muito importante. Ter um planejamento estratégico bem estruturado é fundamental, independente do tamanho do negócio. Antes de iniciar o projeto o empreendedor precisa estar com essas questões bem maduras. “Marujo à deriva não chega a lugar algum”.

Na hora de comunicar fica mais fácil e claro passar para o cliente e consumidor em potencial o que ele está vendendo, seja serviço ou produto dentro desse mercado de café especial.

E essa é uma das grandes diferenças do mercado porque café de qualidade existem muitos. A grande diferença na fidelização de um café para outro, além da qualidade, vai ser como esse empreendedor vai contar sua história. O storytelling nesse momento é extremamente importante.

E contar história pode ser a partir do seu logo, da sua identidade visual, do tom de voz da marca, do design, da arte, do texto, entre outras interações dentro do contexto da comunicação.

 

As pessoas não se apaixonam por produto, o produto é razão. As pessoas se apaixonam por histórias. Esse é o grande desafio dentro do mercado de café especial: como esse empreendedor irá contar a sua história, para que tenha empatia com o seu público alvo.

 

Branding é todo ponto de contato que o consumidor tem com sua marca e esses pontos de contato podem ser por identidade visual, atendimento, decoração, enfim, branding é o conjunto de fatores de tudo que está envolvido dentro do negócio. Isso constrói essa essência da empresa. Todos os processos deves estar sincronizados e coerentes com os objetivos estratégicos da empresa. Se o café é de alta qualidade, a sua apresentação também precisa ser.

Não podem haver ruídos. Ruído é o que não é coerente com o propósito do seu negócio (Missão, Visão e Valores). Nas mídias sociais, no atendimento físico, na comunicação e na apresentação do produto. Branding é gerir a marca para que o cliente tenha percepção e clareza do que é a alma da empresa.

O mercado de cafés especiais tende a crescer cada vez mais. Educar e fomentar este mercado é um bom caminho. Investimentos em conhecimento e comunicação são fundamentais. A palavra-chave para esta ascensão é CULTURA.

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